quarta-feira, 23 de abril de 2008

A volta da mítica Ténéré

Depois de interromper a fabricação da Ténéré em 1993, a Yamaha dá sangue novo ao modelo. As próximas etapas do Rali Paris-Dakar que se cuidem: aí vem a novíssima Ténéré XT 660Z.



Em 1985, a Yamaha deu a luz à uma das melhores e mais destacadas motos trail do mundo até então, a XT 600 Ténéré. Oriunda da XT 500, a Ténéré foi concebida com ganho de 6cv em relação à sua antecessora e um tanque de 28 litros, que a tornava, legitimamente, uma moto de rali: a grande capacidade dava-lhe autonomia para rodar 400 km sem precisar reabastecer. A Ténéré já nascia como um mito.

Outro fator que a diferenciava das demais era o seu tamanho. No entanto, não se pode negar que esse fator era um tanto quanto dúbio: enquanto os motoristas mais altos e robustos se encantavam com a monstruosidade da Ténéré, os 89 centímetros que separavam seu assento do solo assustavam os mais baixinhos. Montar numa máquina dessas era arriscado até mesmo para um sujeito de 1,70m. O seu peso (aproximadamente 150 kg a seco) também complicava a tarefa, pois o desafiante tinha que suportá-lo (quando parado) somente com uma perna apoiada perigosamente ao chão. Casos de quedas não eram raros.

Desde sua criação, a grandalhona da Yamaha sofreu reestilizações, no entanto, não muito significativas. As grandes mudanças sempre ficavam mesmo no setor mecânico. Porém, em 1988, a Ténéré japonesa surpreendeu com a nova cara, arrojada e inovadora. Os faróis duplos e a carenagem integral fixada tornavam-na mais robusta; o modelo assumia, de fato, uma identidade endurista, assim como os modelos que participavam da epopéia que era – e ainda é – o rali Paris-Dakar.


Apesar de se assemelhar às motos de competição, a Ténéré não fazia feio no asfalto; e essa era uma de suas principais características. A Ténéré era uma moto on/off road, ou seja, capaz de rodar em circuitos asfaltados ou terrosos com qualidade.

No Brasil, a moto chegou somente em 1988. Apesar de já estarmos no ano em que o modelo recebeu sua reestilização no Japão e na Europa, o que vimos desembarcar por aqui foi a versão que já saía de linha nesses países. Somente em 1990, com dois anos de atraso, o modelo defasado dava lugar ao estrangeiro. Porém, com algumas mudanças, e para melhor. O tanque aumentou: 24 litros contra 23 da versão gringa. Comparado à primeira Ténéré, o tanque diminuiu, é verdade, mas ainda continuava notável. As outras alterações foram, por exemplo, os novos retrovisores, a posição do guidão, mais elevada, e a exclusão do pedal de partida.




Em 1992, a Ténéré deu seu último suspiro, com o lançamento da versão Super 750. No ano seguinte, o modelo teve seu fim, ainda idolatrado por muitos, apesar da curta permanência no mercado nacional (1988 – 1993).

Mais de uma década depois a Yamaha renasce o modelo, agora conhecido como Ténéré XT 660Z, mais bonito, moderno e, o mais importante, mais potente. O motor é o mesmo da já conhecida XT 660R, capaz de gerar 48,4 cv a 6.100 rpm e 58,7 kgf a 5.500 rpm. A capacidade do tanque sofreu uma pequena queda: comporta 22 litros. Os freios são da marca Brembo. O peso da moto subiu: que se fortaleçam as panturrilhas para suportar os 183 kg, a seco. A moto, completamente modificada, vem em três opções de cor; uma delas é a Desert Khaki, pronta para enfrentar as intermináveis areias do deserto africano que lhe inspiraram o marcante nome: Ténéré.





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Texto: Maxwel C. Souza
Edição: Filipe Freitas

Referências:
- http://www.yamaha-motor.pt
- http://www.motoesporte.com.br
- http://www.webmotors.com.br
- http://www.moto.com.br
- http://www2.uol.com.br/bestcars

Fotos:
- Ténéré XTZ 660 Z: http://www.yamaha-motor.pt
- Ténéré XT 600: http://www2.uol.com.br/bestcars
- Primeira Ténéré brasileira: http://www2.uol.com.br/bestcars

Vídeo:
- http://www.yamaha-motor.pt

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